Este texto e todos os títulos das poesias abaixo foi escrito nos primeiros cinco dias no hospital
Esperança entre Máquinas e Memórias
O sol da manhã brilha intensamente, uma lembrança quase cruel da vida que continua lá fora, enquanto eu estou aqui, sentado na cadeira que tem sido minha fiel companheira nos últimos dias. Cada raio de luz que invade a sala de espera mistura-se com a angústia que parece crescer a cada momento, mas também traz consigo um fio tênue de esperança. Quero acreditar que tudo vai ficar bem, que esse pesadelo vai acabar, e que em breve ele estará de volta para casa.
No fundo, sei que é essa vontade desesperada de acreditar que me faz seguir em frente. Agarro-me a ela com todas as minhas forças, porque sem essa esperança, o vazio seria insuportável. Ele não queria estar lá, tenho certeza. Não queria estar confinado em um quarto frio, cercado por paredes brancas e máquinas que mantêm seu corpo funcionando. Máquinas que, ironicamente, foram parte da sua vida por tanto tempo, ferramentas do seu trabalho, e agora, são as que seguram o fio da sua existência.
Hoje, enquanto o sol brilha do lado de fora e o trânsito flui tranquilamente em frente ao hospital, marco cinco dias de espera angustiante. Cinco dias de uma esperança torturante, em que nós, os filhos, tentamos nos agarrar a qualquer sinal de que ele vai sair daquela sala e voltar ao lugar onde pode viver sem essas máquinas. O tempo parece ter parado, cada dia se alongando indefinidamente, mas ainda assim, seguimos acreditando.
A esperança renasce a cada boletim médico. Uma montanha-russa emocional, onde a notícia de que ele está bem traz alívio, mas logo em seguida, a informação de que ele está instável nos empurra de volta ao abismo da incerteza. As palavras dos médicos são como balas de prata, perfurando nossa armadura de otimismo, mas, paradoxalmente, também são o que nos mantém vivos, esperando o próximo dia.
A cadeira sob mim range, já moldada ao peso das minhas expectativas e do meu cansaço. Sinto que ela compartilha comigo esse fardo, como se estivesse cansada também de tantas esperas sem fim. Olho para o relógio, e ele parece conspirar contra mim, cada segundo arrastando-se como um carrasco lento, incapaz de decidir o destino.
Ainda assim, há algo de reconfortante nesse ciclo de angústia e esperança. Talvez seja o fato de que enquanto há espera, há vida. Ele está lá, ainda respirando, ainda lutando, e enquanto ele luta, nós também lutamos, em nossas próprias batalhas internas, contra o desespero que ameaça nos consumir.
Cada visita ao seu quarto é um ritual de renovação. O ambiente estéril e o cheiro de desinfetante são quase insuportáveis, mas seu rosto, mesmo pálido e inexpressivo, é o que nos mantém firmes. Ele ainda está ali, de alguma forma. E isso nos dá forças para voltar àquela cadeira, para mais uma rodada de espera.
Os dias se fundem em um borrão de luzes fluorescentes e sons de monitores. Eu já nem sei mais que dia da semana é, mas isso não importa. Só quero que ele volte para casa, para onde as máquinas não são necessárias para ele sobreviver. Para onde o sol da manhã não é um lembrete cruel, mas um símbolo de novos começos.
E assim, eu espero. Esperamos todos, nesse limbo entre a vida e a morte, onde a esperança é a única coisa que nos mantém de pé. Cada novo amanhecer traz consigo uma nova possibilidade, uma nova chance de que ele possa voltar a ser o homem forte e independente que sempre foi. Até lá, a cadeira e eu continuaremos aqui, aguardando, torcendo, acreditando.
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Estas poesias fazem parte do texto acima, todas as poesias conta a história do quinto dia no hospital.
A Espera Silenciosa
Meu Pai um Vencedor
Vencedor
No Brilho do Sol e na Espera
A Esperança que Renasce
Esperança na Manhã
O Limbo da Espera
Dias de Espera
No Limite da Fé
O Peso da Espera
No Ritmo das Maquinas
Nas Máquinas, a Vida
Luz da Manhã
Entre a Vida e a Morte
Sol e a Maquina
Cinco Dias de Esperança
A Dança da Vida e da Morte
Cercado por Máquinas
Cinco Dias no Limite
A Dança do Tempo