Escrito ao longo de cinco dias no hospital
A Dança do Tempo
O tempo aqui dentro não tem mais sentido,
Cada segundo é uma eternidade,
Onde o medo e a esperança, unidos,
Se tornam a essência da minha realidade,
Enquanto espero o fim desse ciclo sofrido.
Cinco dias de espera me consomem,
Entre notícias de vida e de morte,
Onde o futuro e o passado se somem,
E eu, no presente, aguardo a sorte,
De que ele volte, sem que a dor o tome.
As máquinas são agora sua vida,
Um som constante que me desespera,
Enquanto ele dorme, a alma dividida,
Entre a luta e a vontade sincera,
De voltar para casa, sem essa partida.
Mas a fé me diz para continuar,
Para acreditar que o sol lá fora,
Vai brilhar também no seu despertar,
E que ele sairá dessa aurora,
Com força para a vida retomar.
E assim, sigo a contar o tempo,
Na dança das horas que não têm fim,
Esperando que o ciclo, lento,
Traga ele de volta para mim,
E que a vida, enfim, encontre seu tempo.
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Leia o texto que deu origem a esta carta. Esperança entre Máquinas e Memórias