Escrito ao longo de cinco dias no hospital O Limbo da Espera
Na cadeira que molda minha dor, Conto os segundos entre batidas e suspiros, Entre o medo do fim e a esperança, Que pulsa fraca, mas constante, Nesse limbo entre a vida e o que se espera.
Máquinas sussurram segredos que não entendo, Como mãos invisíveis sustentam seu fôlego, Aquele que outrora sustentava vidas, Agora depende delas, E eu dependo dele.
Cada boletim é um espelho trincado, Refletindo versões distorcidas do amanhã, Esperanças que nascem para morrer, E renascem no compasso de um batimento, Que insiste em lutar contra o silêncio.
As horas se alongam, infinitas, No frio de uma sala que não acolhe, Mas minha fé se agarra ao impossível, Porque é tudo o que me resta, Além do som ritmado das máquinas.
O sol lá fora ilumina um mundo que não vejo, Aqui dentro, só há um desejo, Que ele volte a ser inteiro, Que o ciclo se quebre, E que a vida reencontre seu curso.
==============================================================
Leia o texto que deu origem a esta poesia. Esperança entre Máquinas e Memórias
A Sales
Enviado por A Sales em 25/08/2024
Alterado em 27/08/2024 Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |