Escrito ao longo de cinco dias no hospital No Ritmo das Máquinas
O som das máquinas invade o ar, Como um relógio que nunca para, Ele ali, sem poder se levantar, Enquanto a vida ao redor se mascara, E o tempo se arrasta, sem cessar.
As máquinas ditam o ritmo do seu ser, Fazem o trabalho que antes era seu, E eu, sentado, só posso crer, Que ele voltará, que não se perdeu, Na dança entre a vida e o não viver.
Cada boletim é um fardo a carregar, Com palavras que pesam, mas também aliviam, Entre o "ele está bem" e o "vai melhorar", A esperança e o medo se atrelam e dilatam, No compasso das máquinas que continuam a cantar.
O sol lá fora brilha sem saber, Do mundo pequeno que construí aqui, Onde a espera é tudo o que posso fazer, Onde cada minuto parece um eterno repetir, E as máquinas, em uníssono, não deixam de ser.
Mas eu continuo a esperar e crer, Que ele sairá desse ciclo impiedoso, Que as máquinas enfim se calarão ao anoitecer, E ele voltará para um mundo luminoso, Onde o ritmo da vida não mais vai depender.
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Leia o texto que deu origem a esta carta. Esperança entre Máquinas e Memórias
A Sales
Enviado por A Sales em 26/08/2024
Alterado em 27/08/2024 Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |