Imagem: Pinterest
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Leia esta Carta:
A Imagem Delas em Cada Verso Meu
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Há um gesto antigo, quase coreografado, no ato de vestir-se com decote. Um ritual que começa diante do espelho, entre a luz que escorre pela janela e o toque lento no tecido que se abre em V. Ali, naquela fresta de pele à mostra, não há apenas vaidade. Há escolha. Há vontade. Há o direito serena de não se esconder.
A mulher que usa decote não está, necessariamente, querendo ser notada, mas também não se importa se for. Ela se senta com cuidado, por vezes ereta como quem protege algo sagrado, outras vezes relaxada, como quem sabe exatamente o poder que carrega no colo. Seu gesto é sempre consciente. Não é provocação: é presença. É postura. É domínio da própria silhueta e do próprio silêncio.
O decote não fala. Mas sugere. Sussurra histórias de quem sabe onde quer chegar, ou, pelo menos, de quem sabe quem é. Em alguns casos, é um grito de liberdade costurado em renda; em outros, apenas uma moldura casual para o contorno de si. É um recado sem destinatário, ou um poema aberto à leitura do mundo.
Do outro lado da cena, os olhares masculinos oscilam entre a contemplação, a distração e o descontrole. Alguns olham com respeito, outros com espanto, e há os que olham como quem tropeça na própria imaginação. Mas todos olham. Porque o decote, quando bem usado, é como uma pausa na pressa do dia, algo entre o estético e o sagrado.
Não é sobre peito. Nem sobre pele. É sobre o poder de escolher onde começa o próprio mistério, e até onde o mundo está convidado a olhar.
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Esta prosa poética foi baseado no desconforto que uma amiga sentiu pelo uso do decote num ambiente fechado. E baseado nesta ideia de ter que respeitar é que breve postarei vários textos sobre este tema, claro, que esta amiga irar escrever alguns também. Sugeri a ela que criasse uma conta aqui e que expusesse eu pensar.