A história do Bom Samaritano, narrada em Lucas 10:25-37, é um dos maiores exemplos de compaixão, altruísmo e amor ao próximo ensinados por Jesus. Nessa parábola, um homem viajava de Jerusalém para Jericó quando foi atacado por ladrões, espancado e deixado quase morto. Dois religiosos passaram por ele – um sacerdote e um levita –, mas nenhum dos dois parou para ajudá-lo. Foi um samaritano, um estrangeiro considerado inimigo pelos judeus, que demonstrou verdadeiro amor. Ele interrompeu sua jornada, tratou das feridas do homem, levou-o a uma hospedaria e pagou para que cuidassem dele.
Essa história nos ensina uma lição valiosa: o bem deve ser feito a todos, sem distinção. O verdadeiro amor não escolhe a quem ajudar; ele se manifesta onde há necessidade. Muitas vezes, como o sacerdote e o levita, as pessoas encontram justificativas para ignorar o sofrimento alheio. Mas Jesus nos chama a ser como o samaritano, a amar com ações e não apenas com palavras (1 João 3:18).
Ao fazermos o bem, não estamos apenas ajudando quem precisa, mas também cultivando dentro de nós valores essenciais, como empatia, humildade e gratidão. A generosidade molda nosso caráter e nos aproxima do propósito divino. Em Provérbios 11:25, lemos: “A alma generosa prosperará, e aquele que atende também será atendido.” Deus recompensa aqueles que praticam o bem, seja com paz interior, seja com bênçãos em suas vidas.
Na prática, ser um bom samaritano nos dias de hoje significa estar atento às necessidades ao nosso redor. Isso pode ser algo tão simples quanto oferecer um sorriso a alguém que está passando por um momento difícil, compartilhar alimentos com os que têm fome ou ouvir com atenção alguém que precisa desabafar. Pequenos gestos de bondade podem transformar o dia de uma pessoa e até mudar o rumo da sua vida.
Além disso, ajudar o próximo gera um impacto positivo na sociedade. Quando um ato de bondade é realizado, ele pode inspirar outros a fazerem o mesmo, criando uma corrente do bem. Esse efeito multiplicador fortalece os laços entre as pessoas e torna o mundo um lugar mais acolhedor e humano.
A bondade também traz benefícios para quem a pratica. Estudos científicos demonstram que ajudar os outros aumenta os níveis de felicidade e reduz o estresse. Isso ocorre porque a generosidade ativa áreas do cérebro ligadas ao prazer e à satisfação. Além disso, quem se dedica a fazer o bem frequentemente desenvolve relacionamentos mais saudáveis e um senso maior de propósito na vida.
Porém, o maior reconhecimento por fazer o bem não está nas recompensas materiais ou na gratidão daqueles que ajudamos. Jesus nos ensina que nossa recompensa verdadeira está nos céus (Mateus 6:3-4). Quando praticamos a bondade sem esperar nada em troca, Deus vê nosso coração e nos prepara uma herança eterna.
Ainda que muitas vezes o bem que fazemos passe despercebido pelos olhos humanos, ele nunca é ignorado por Deus. Em Gálatas 6:9, somos encorajados: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.” Isso significa que, mesmo quando não vemos resultados imediatos, devemos perseverar, confiando que Deus age no tempo certo.
Ser um bom samaritano também exige coragem. Muitas vezes, ajudar alguém pode nos colocar em situações desconfortáveis ou exigir sacrifícios. O samaritano da parábola precisou interromper sua viagem, gastar seu dinheiro e se arriscar ao socorrer um desconhecido. Mas ele não hesitou, porque sua compaixão era maior do que qualquer obstáculo.
Nos dias de hoje, fazer o bem pode significar defender alguém que sofre injustiça, oferecer uma palavra de encorajamento a quem está desmotivado ou estender a mão para um necessitado, mesmo que isso nos custe tempo e recursos. A vida cristã é um chamado ao serviço, e servir ao próximo é servir ao próprio Cristo (Mateus 25:40).
Outro aspecto importante da bondade é que ela transforma não apenas o mundo ao nosso redor, mas também nosso interior. Quem pratica a generosidade se torna mais resiliente, mais esperançoso e mais alinhado com os valores do Reino de Deus. O bem que fazemos retorna para nós de maneiras inesperadas, pois Deus honra aqueles que vivem conforme Seus mandamentos.
Infelizmente, vivemos em um mundo onde muitas pessoas buscam apenas seus próprios interesses, ignorando os que sofrem. No entanto, como seguidores de Cristo, somos chamados a ser luz e sal (Mateus 5:13-16). Nossa missão é espalhar amor, mesmo em meio à indiferença.
Uma das razões pelas quais algumas pessoas deixam de fazer o bem é o medo de serem enganadas ou de que seus esforços não façam diferença. Mas Jesus nunca nos mandou ajudar apenas aqueles que consideramos “merecedores”. Ele disse para amarmos até nossos inimigos (Lucas 6:35). O amor verdadeiro não coloca condições; ele simplesmente age.
A bondade sincera também tem o poder de tocar corações endurecidos. Muitas vezes, uma atitude generosa pode quebrar barreiras e restaurar relacionamentos. Uma pessoa que recebe amor inesperado pode ser motivada a mudar e a espalhar essa mesma bondade para outros.
Quando fazemos o bem sem esperar nada em troca, demonstramos a natureza de Deus. Ele nos amou primeiro (1 João 4:19) e nos ensina a refletir esse amor para o mundo. Cada ato de bondade é uma semente plantada, e Deus é fiel para fazê-la crescer.
Nos momentos em que nos sentimos desencorajados ou cansados de ajudar os outros, devemos lembrar das palavras de Jesus em Mateus 5:7: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” O bem que fazemos nunca é em vão. Ele volta para nós, seja em forma de paz, seja como bênçãos inesperadas, seja na certeza de que estamos cumprindo a vontade de Deus.
Por fim, devemos lembrar que a maior recompensa não está nesta vida, mas na eternidade. Jesus prometeu que aqueles que vivem para servir ao próximo terão um lugar preparado no Reino dos Céus (Mateus 25:34-36). O verdadeiro tesouro não está nas riquezas deste mundo, mas no amor que compartilhamos e nas vidas que tocamos.
Portanto, não importa a quem, nem a circunstância, continue a fazer o bem. Mesmo quando ninguém vê, Deus vê. Mesmo quando parece difícil, Ele fortalece. E mesmo quando o retorno não vem de imediato, a colheita sempre chega. Seja um bom samaritano em sua jornada, pois, no final, o maior presente que podemos receber é ouvir do Senhor: “Muito bem, servo bom e fiel... Entra no gozo do teu Senhor” (Mateus 25:21).