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Textos

Capítulo 1:

O Início da Jornada

 

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escrita para o conto

Tânia no Japão

 

O sonho de Tânia, cultivado desde a infância, finalmente se tornava realidade. A fisioterapeuta brasileira de 35 anos, conhecida por sua determinação e trabalho árduo, pisava pela primeira vez no Japão em uma manhã de primavera de 2030. O Aeroporto Internacional de Narita era um mundo à parte: um labirinto de corredores impecavelmente limpos, vozes suaves anunciando voos em japonês e inglês, e um mar de pessoas apressadas, cada uma parecendo saber exatamente para onde ir.

 

  Tânia, por outro lado, segurava firme sua mochila enquanto puxava uma mala desgastada, com o coração batendo tão forte quanto o fluxo de passageiros ao redor. Ela não falava japonês e tinha noções básicas de inglês, o que a fazia sentir um misto de empolgação e apreensão. Olhando para os letreiros repletos de caracteres desconhecidos, respirou fundo e se lembrou do motivo de estar ali: um sonho de criança, realizado graças à sua força de vontade e anos economizando cada centavo.

 

  Depois de pegar um trem lotado, uma experiência confusa e fascinante, ela chegou ao Hotel Harmony Inn, em Yokohama. O hotel era simples, mas acolhedor, com uma fachada de madeira escura e letreiros luminosos que se destacavam na rua movimentada. No quarto, um pequeno futon descansava no chão de tatame, e uma janela estreita oferecia uma vista charmosa da cidade. Mesmo cansada da longa viagem, Tânia não conseguia parar de sorrir.

 

  Nas primeiras horas em Yokohama, tudo parecia um desafio e uma descoberta ao mesmo tempo. O som das cigarras, tão diferentes do que ouvira em sua terra natal, preenchia o ar. As ruas estavam cheias de pequenos restaurantes com lanternas vermelhas penduradas, vitrines de lojas exibindo produtos que ela não conseguia identificar, e pessoas passando apressadas, mas sempre inclinando a cabeça em gestos de cortesia.

 

  Os dias iniciais foram marcados por uma mistura de fascínio e solidão. O choque cultural era inevitável: a barreira linguística a fazia hesitar em pedir informações, e o dinheiro que ela havia economizado parecia cada vez mais insuficiente para sustentar muitos meses de estadia. No entanto, Tânia era resiliente. Passava horas explorando os arredores, observando a organização impecável das ruas, os detalhes dos jardins bem cuidados e as vitrines decoradas com delicadeza.

 

  No terceiro dia, decidiu se aventurar além do hotel. Pegou um mapa na recepção, agradecendo com um tímido “arigatou gozaimasu” ensaiado, e seguiu rumo ao Minato Mirai 21, uma das áreas mais icônicas de Yokohama. Ao chegar, foi tomada pela beleza do lugar: o reflexo das luzes dos arranha-céus dançava nas águas da baía, enquanto a Landmark Tower, imponente, se erguia contra o céu pintado em tons de laranja e rosa pelo pôr do sol.

 

  Sentada em um banco próximo à roda-gigante que iluminava o horizonte com cores vibrantes, Tânia permitiu-se um momento de contemplação. Sentia-se pequena, mas ao mesmo tempo parte de algo grandioso. Mesmo sem entender as conversas ao seu redor, o riso das crianças e os sussurros dos casais criavam uma melodia que acalmava seu coração.

  Era o início de uma nova jornada, cheia de desafios, mas também repleta de possibilidades. Tânia sabia que cada passo dado naquela terra estrangeira a aproximava não apenas de seus sonhos, mas também de descobrir novas facetas de si mesma. Enquanto as luzes de Yokohama brilhavam intensamente ao longe, ela se prometeu aproveitar cada momento, não importava quão difícil ou inesperado fosse o caminho.

 

CONTINUA...

 

 

A Sales
Enviado por A Sales em 10/01/2025
Alterado em 11/01/2025
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