Esta história é parte do livro A Calculista que breve terminarei por completo. Aqui em forma de contos postarem apenas dois capítulos. O livro no seu termino terá entre 250 a 350 páginas e estes dois capítulos aqui postado terá outra visão no livro.
Um grande abraço a todos
A CALCULISTA
Nesta história, apresento a vocês o reino de Lothaire, um reino cercado por desafios e injustiças, mas também um lugar repleto de esperança e força. É nesse cenário numa aldeia próxima que conhecemos Celine, uma jovem camponesa cuja inteligência, beleza e determinação a destacam de todos ao seu redor. O que começa como uma história de sobrevivência em tempos difíceis, logo se transforma em uma narrativa sobre coragem, estratégia e a luta por justiça.
Celine não é apenas mais uma habitante de Montclair. Ela é especial, não apenas por sua aparência, que chama a atenção, mas pelo modo como usa sua mente para superar situações que pareceriam impossíveis. Ela tem uma habilidade extraordinária de enxergar soluções onde outros só veem problemas. No decorrer da trama, vocês verão como sua sagacidade e sua visão vão moldar o futuro de Lothaire, surpreendendo tanto aliados quanto inimigos.
A história que trago a vocês é sobre poder, não o tipo de poder que vem com títulos ou força bruta, mas o que vem da inteligência e do coração e da habilidade de usar o que tem para vencer. Celine, inicialmente vista como alguém que não deveria ter voz nas decisões importantes, vai provar que é mais forte e mais estratégica do que qualquer lorde ou guerreiro que cruza seu caminho.
Ao longo da trama, ela vai surpreender ao transformar uma situação aparentemente sem saída em uma oportunidade de reverter o destino de sua pequena aldeia. O que eu mais gosto em Celine é a maneira como ela desarma seus adversários, não com uma espada, (em muitos casos sim) mas com suas palavras e sua astúcia. E o mais fascinante: cada decisão que ela toma é movida pelo desejo de ajudar tanto seu povo quanto outros povos a sobreviver e prosperar, mesmo diante das adversidades.
Prepare-se para uma jornada onde Celine vai mostrar que, em um mundo cercado de injustiças e desconfiança, uma mente brilhante pode ser a arma mais poderosa de todas. Ela será o fio condutor de uma história cheia de reviravoltas, surpresas e momentos que farão você repensar o que significa ser verdadeiramente forte.
PArte 1
Em uma pequena aldeia situada nas colinas verdes da França, Celine vivia em uma casa modesta, cercada por flores silvestres que dançavam com a brisa suave da primavera. O aroma da terra recém-arada preenchia o ar, trazendo à mente lembranças da infância.
A aldeia de Montclair era um lugar de paz, mas também carregava os sons das guerras que devastaram o reino de Lothaire séculos passados. O rei, agora mais preocupado em consolidar seu poder, negligenciava as necessidades do povo. Ele não era um rei ruim, só tinha Lordes com interesses próprios que o manipulavam.
Celine, filha de uma curandeira, havia crescido ouvindo histórias sobre as injustiças que assolavam as vilas vizinhas. Seu coração pulsava com um desejo ardente de fazer a diferença, mesmo que sua posição fosse insignificante.
A luz da manhã penetrava pelas janelas da casa, e Celine observava sua mãe, Louise, misturando ervas e raízes em uma tigela de madeira. O trabalho manual da mãe sempre fascinou Celine, mas havia algo mais que a atraía: o padrão que se formava nas quantidades.
Enquanto sua mãe falava sobre os efeitos de cada planta, Celine começou a contar as folhas e raízes, criando uma sequência em sua mente. Essa contagem foi a primeira semente de sua habilidade inata.
Naquele dia, a aldeia estava agitada. Boatos sobre um novo imposto real espalhavam-se como fogo em palha seca. Os aldeões murmuravam, preocupados com o que isso significaria para suas famílias.
Celine decidiu que iria ao mercado local para ouvir as conversas, seus olhos brilhando com curiosidade. A praça estava cheia de gente, todos expressando frustração e medo diante da notícia.
A cada palavra que ouvia, sua mente começava a organizar as informações. “Se o imposto é de uma moeda por cabeça e há quinhentas pessoas na aldeia, quanto será o total?” pensou, contando mentalmente.
Sem perceber, Celine sussurrou a resposta: “Quinhentas moedas.” Um velho ao seu lado a ouviu e olhou para ela, surpreso. “Menina, você fez isso com tanta facilidade?”
Celine sorriu timidamente, um pouco envergonhada. “Apenas pensei... e contei.” A curiosidade do velho a encorajou a continuar explorando suas ideias.
Naquela tarde, enquanto ajudava sua mãe, Celine ficou intrigada com o número de ervas que sua mãe usava para fazer um remédio. “Mãe, se precisamos de vinte folhas de alecrim para cada frasco e fazemos cinco frascos, quantas folhas precisamos?”
Louise olhou para a filha, admirada. “Vinte vezes cinco, Celine. O que isso te dá?” Celine hesitou, então começou a contar em sua mente.
“Cem folhas!” respondeu, seu coração acelerando com a excitação da descoberta. Louise sorriu, orgulhosa da inteligência da filha, mas não percebeu a profundidade daquela habilidade.
Com o tempo, Celine começou a notar padrões em outras áreas de sua vida. Ao ajudar seu pai na lavoura, ela calculava a quantidade de sementes necessárias para cada campo, sempre com um olhar atento para os números.
As dificuldades do reino, por outro lado, não pareciam diminuir. Rumores sobre um novo ataque a uma aldeia próxima ecoavam em sua mente, e as noites eram marcadas por discussões entre os nobres que governavam as terras.
O castelo do reino Lothaire erguia-se majestoso ao longe, mas seu brilho não escondia as trevas da corrupção e das intrigas. O rei, uma figura solene e distante, não parecia se importar com as consequências de suas decisões.
Celine começou a se questionar sobre o que poderia fazer para ajudar sua aldeia. Como uma simples camponesa poderia impactar a vida do reino? Seu coração pulsava com a ideia de que os números poderiam ser a chave.
Em uma noite estrelada, enquanto observava as constelações, Celine teve uma epifania. “E se eu pudesse usar meus cálculos para encontrar soluções para os problemas do reino?” pensou.
Essa ideia se firmou em sua mente, e Celine começou a escrever em um pedaço de pergaminho que havia encontrado. Desenhos e números se misturavam, criando um mapa de possibilidades.
No dia seguinte, ela se dirigiu à aldeia novamente, decidida a compartilhar suas ideias. Celine se aproximou de um grupo de homens discutindo em voz alta sobre a injustiça do novo imposto.
“Se as pessoas souberem quanto precisam pagar de forma justa, podemos evitar conflitos,” disse ela, com a voz trêmula, mas determinada. Os homens a olharam com desdém, não acreditando que uma garota pudesse entender tal complexidade.
Mas Celine não se deixou abalar. Ela começou a explicar como poderia calcular os custos e propor soluções mais viáveis. Com cada palavra, sua confiança crescia, mesmo que as dúvidas dos outros persistissem.
Ao longo das semanas, Celine continuou a praticar seus cálculos, testando suas habilidades em casa e na aldeia. Ela sonhava em um dia chegar ao castelo e apresentar suas soluções ao rei.
Mas as preocupações do reino aumentavam. Os conflitos entre os nobres se intensificavam, e as terras eram disputadas como peças de um quebra-cabeça.
Em uma manhã, enquanto recolhia flores para sua mãe, Celine ouviu rumores de que um exército rival se aproximava, ameaçando a paz precária da aldeia.
Os moradores estavam em alvoroço, e a tensão pairava no ar. Celine percebeu que a habilidade de calcular poderia ser útil também em situações de crise.
Para não ficar uma leitura muito extensa e cansativa, visto ter outros textos a ser lindo, este capitulo inteiro dividir em dez partes..
Todos os erros de Português nos nomes próprios é devido estes mesmos nomes serem de origem francesa, onde foi ambientada toda a história.