No coração de Gaza, crianças choram de fome,
as paredes desmoronam com o peso da guerra,
mães carregam nos braços a ausência do pão,
pais rezam sem saber se a noite terá descanso,
e ainda assim uma canção insiste em nascer.
Nos abrigos escuros, as vozes soam em coro,
cada olhar busca no outro um pouco de esperança,
os pequenos dividem migalhas como se fossem ouro,
e até a dor parece menor quando é compartilhada,
porque o amor sobrevive mesmo entre ruínas queimadas.
O som distante das bombas não cala os cochichos,
nem apaga a ternura de quem ainda acredita,
o abrigo se torna berço de histórias e sonhos,
onde um poema nasce entre lágrimas e abraços,
um poema feito de resistência e pura humanidade.
Ele fala de justiça, de paz e de pão,
fala de crianças que merecem sorrir sem medo,
fala de lares reconstruídos sem sangue nas ruas,
fala de mãos estendidas sem esperar nada em troca,
fala da vida como direito, não como sorte.
E assim nasceu o poema que o mundo precisa,
escrito não com tinta, mas com suor e lágrimas,
escrito por todos que sofrem, mas não desistem,
um poema que pede socorro e oferece esperança,
o poema que nasceu no abrigo de Gaza.
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Baseado e inspirado numa reportagem da tv globo