Corvo do Silêncio
"Onde o mundo grita, o Corvo do Silêncio escreve, e no som das palavras, a alma desperta."
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A Flor Que a Chuva Não Levou

 

O jardineiro acordou ao som da tempestade forte,

correu ao jardim como quem salva um tesouro,

mas a fúria da chuva levou pétalas e cores,

as rosas murcharam, os lírios caíram no barro,

e a tristeza inundou seu coração como rio cheio.

 

Ele chorou diante do campo que antes era vida,

cada flor caída era como um filho perdido,

o perfume se apagou no vento frio da manhã,

e o silêncio dominou aquele espaço desolado,

como se a própria terra tivesse desistido de sonhar.

 

Mas em meio ao caos havia um ponto de luz,

erguida com firmeza, intacta sob a chuva cruel,

lá estava uma flor que não se entregava ao tempo,

a resistente hibisco, que desafiava a tempestade,

lembrando-lhe que a esperança não se apaga com dor.

 

O jardineiro ajoelhou-se e sorriu entre lágrimas,

acariciou aquela flor como quem encontra um milagre,

viu nela a prova de que a vida sempre resiste,

mesmo quando tudo ao redor parece ter se perdido,

mesmo quando o céu insiste em desabar sobre nós.

 

E assim ele replantou seu jardim com coragem,

sabendo que a chuva não pode levar toda beleza,

pois sempre haverá uma raiz que insiste em ficar,

um ramo que renasce mesmo da lama mais escura,

a flor que a chuva não levou ficou como esperança.

 

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Corvo do Silêncio
Enviado por Corvo do Silêncio em 31/08/2025
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