O jardineiro acordou ao som da tempestade forte,
correu ao jardim como quem salva um tesouro,
mas a fúria da chuva levou pétalas e cores,
as rosas murcharam, os lírios caíram no barro,
e a tristeza inundou seu coração como rio cheio.
Ele chorou diante do campo que antes era vida,
cada flor caída era como um filho perdido,
o perfume se apagou no vento frio da manhã,
e o silêncio dominou aquele espaço desolado,
como se a própria terra tivesse desistido de sonhar.
Mas em meio ao caos havia um ponto de luz,
erguida com firmeza, intacta sob a chuva cruel,
lá estava uma flor que não se entregava ao tempo,
a resistente hibisco, que desafiava a tempestade,
lembrando-lhe que a esperança não se apaga com dor.
O jardineiro ajoelhou-se e sorriu entre lágrimas,
acariciou aquela flor como quem encontra um milagre,
viu nela a prova de que a vida sempre resiste,
mesmo quando tudo ao redor parece ter se perdido,
mesmo quando o céu insiste em desabar sobre nós.
E assim ele replantou seu jardim com coragem,
sabendo que a chuva não pode levar toda beleza,
pois sempre haverá uma raiz que insiste em ficar,
um ramo que renasce mesmo da lama mais escura,
a flor que a chuva não levou ficou como esperança.
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