No sopro leve que a manhã desperta,
um verso tardio insiste em me chamar.
A luz do dia, tímida e tão certa,
desenha o chão por onde vou passar.
No olhar, um mar de cores se converta,
e o sonho ousa ao céu querer voar.
Em cada flor, a vida se oferta,
no gesto simples de quem sabe amar.
O tempo, às vezes, rouba o que é ternura,
mas deixa a essência pura em seu lugar;
e a voz do vento guarda a formosura,
de um canto doce a sempre me lembrar.
Assim, meu peito escreve, em escritura,
o amor que nunca cessa de pulsar.