Um olho fechado, o outro no passado.
Metade do riso sangra.
O outro lado da face é ausência.
Braço sem ombro, corpo sem dono.
As mãos desenham o ar
mas o gesto não se completa.
Sou o retrato antes do espelho,
em queda livre de identidade.
Fragmento de um nome apagado.
Na moldura, um vazio sustenta tudo.
Sorriso pendurado por um fio.
Quem me vê, não me entende.
Quem entende, já caiu também.