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Espelhos.
Rostos deslizam em vitrines.
Um sapato no poste.
Luz vermelha piscando na alma.
Cidade em estilhaços:
concreto mais buzina, mais memória
igual colisão.
Um grito não termina, ele dobra esquinas.
Criança, noiva, velho, vendedor
passam na mesma calçada
em tempos diferentes,
ao mesmo tempo.
Eu sou todos. E nenhum.
O elevador sobe.
O coração desce.
Cartazes colados em pele.
Cimento respirando fumaça.
Rostos partidos nos retrovisores
dizem adeus para quem nem chegou.