Capítulo 31
A Última Luz Antes do Alinhamento
Três minutos, uma eternidade entre o poder e o destino
“03:29”
Escorpião, ainda cambaleante e com o corpo marcado pela batalha, ergueu os olhos e viu Sagitário e Áries unindo forças para o golpe final contra a guardiã. Sua respiração vinha entrecortada, mas sua determinação era intacta. Ele tentou avançar, mas Capricórnio o interceptou. Os olhos de ambos ardiam com a mesma fúria de séculos guardada. Eles sabiam: apenas um deles poderia chegar ao centro da convergência com vida. O confronto recomeçou, brutal, como se o tempo tivesse parado ao redor dos dois.
Enquanto isso, Katia e Matilde correram na direção de Sagitário, sabendo que não tinham poder suficiente, mas dispostas a dar suas vidas para salvar a guardiã. Ele as agarrou com as mãos ao redor do pescoço, pronto para esmagá-las sem piedade. E então, como se o destino também respirasse, as três borboletas, dourada, violeta e prata, pousaram sobre a espada.
Um brilho impossível rasgou o ar. A espada vibrou, e a energia da convergência pareceu ser sugada por ela. A guardiã, com os olhos agora luminosos como duas estrelas novas, ergueu o rosto. As vestes se transformaram em algo ancestral, moldando-se com asas em tons de prata e bronze. Sua aura explodiu como uma supernova.
Com um único gesto, lançou uma rajada de energia contra Sagitário. Seu corpo voou como uma sombra desintegrada pela luz, batendo violentamente contra as árvores. Ele estava fora da batalha.
Escorpião sentiu a onda de energia passar por ele como um trovão. Por um segundo, esqueceu Capricórnio. E esse lapso foi o suficiente: Capricórnio aproveitou e o golpeou com força, abrindo caminho.
Capricórnio correu. Sabia que restava pouco tempo. Em mãos, a relíquia, a chave para o domínio da vida e da morte. O centro da convergência estava próximo.
Enquanto isso, Libra se aproximava do corpo desacordado da gêmea caída. Com precisão e delicadeza, extraiu a flecha que drenava sua energia. Sua luz voltou, ainda fraca, mas suficiente para manter-se viva.
03:32
Áries olhou em volta. Sagitário caído, Capricórnio só pensava no poder, Libra firme, Virgem avançando com graça letal, e os gêmeos agora despertos em sua forma astral. Ele entendeu. Retirou a própria aura astral, que explodiu em fragmentos de fogo vermelho. Sua armadura se desfez em pó, revelando um homem simples, cansado e rendido. Caiu de joelhos, em silêncio.
Faltava um minuto.
Capricórnio chegou ao centro da convergência. Sua respiração era rápida, a voz embargada pelo poder que circulava ao seu redor. Posicionou a relíquia e começou a recitar em uma língua antiga, há muito esquecida. O chão tremeu. As linhas de força convergiam como rios cósmicos.
A realidade começava a se curvar.
Mas então, a guardiã chegou.
Com os olhos flamejantes e a espada em punho, ela correu como um cometa dourado. No último instante, cravou a espada no chão, bem no centro da convergência. Uma onda de energia, azul, branca e dourada, explodiu como um cataclisma. Capricórnio foi lançado para o alto como uma folha no vento.
“03:33
A espada da guardiã emitiu um brilho final, puro e absoluto. A relíquia de Capricórnio se partiu em quatro pedaços. O céu explodiu em linhas que se alinharam perfeitamente sobre o túmulo de Aurora.
A convergência se completava. As três linhas astrais se uniam em um feixe de luz que subia aos céus. O tempo congelou. O mundo, por um breve momento, ficou em silêncio. Um silêncio que era o som da história se rescrevendo.
No céu, três luas se alinhavam como previsto em escritos perdidos. O universo havia se curvado à ordem da Coruja.
E então, Escorpião com sua incrível agilidade o interceptou no ar e o arrastou para o chão com um golpe devastador. A poeira subiu em redemoinho ao redor.
Capricórnio, ferido e imóvel, jazia no chão. Escorpião colocou o pé sobre seu peito, como um selo sobre o fim de uma era. O mesmo visto no livro, uma coruja com um morcego na garra.
As estrelas testemunharam. A humanidade ainda não sabia, mas os trinta e três minutos mais longos da história haviam chegado ao fim.
Continua...