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Ela nasce alvorada,
menina dos olhos de vento,
carrega no riso o brilho da aurora,
nos sonhos, castelos de pensamento.
Depois vem a mãe em silêncio,
ninho no peito, raiz no chão,
tece com lágrimas e esperança
o fio invisível da proteção.
É esposa do tempo e das promessas,
compassa o mundo com seu pulsar,
ama como quem se desfaz inteira,
e ainda assim sabe se refazer e voltar.
Serpente, ela dança no escuro,
entre astúcia, desejo e calor,
olhos que sabem o não dito,
pele que guarda segredos e flor.
Princesa de reinos distantes,
soberana das próprias vontades,
idealiza o que não existe ainda,
e inventa novos céus, novas cidades.
Mas também é tempestade que ruge,
maré que afoga e purifica,
não se encaixa, não se esgota,
ela é sempre outra, ela é infinita.
E quando pensas que a conheces,
ela muda, se desfaz e acena:
é lua em suas próprias fases,
mulher em essência plena.
Que toda mulher seja livre para ser o que desejar, flor, tempestade ou fogo, e que, em cada escolha, seja respeitada sem condição nem medida.