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Este conto é inspirado num vídeo que uma amiga e técnica

em enfermagem me enviou quando

meu pai ainda lutava pela vida no leito 522-1 Bloco E.

Ela foi uma das poucas capacitada que eu

agradeço os cuidados que teve com meu pai.

Palavras não podem descrever o quanto

lhe sou grato por ser esta profissional

e uma mulher que inspira respeito.

Desejo te muito sucesso em sua jornada. Elessania. 

 

Entre o Lar e o Destino

Uma jornada de reflexões e beleza

 

  Elessania respirou fundo antes de sair de casa. A manhã ainda guardava um frescor suave, e o sol descia lentamente, pintando o céu de tons vermelhos e laranja. Com um último olhar ao redor, ela absorveu cada detalhe: as pessoas que seguiam suas rotinas, a pequena praça com seu banco preferido e, ao longe, a igreja Assembleia, cujas portas acolhiam féis para uma nova noite de orações.

 

  Queria ficar. Sentia-se ancorada ali, naquele espaço de aconchego e segurança. Mas o dever a chamava. O trabalho esperava, e sua missão deveria ser cumprida. Com uma prece silenciosa de gratidão, entrou na condução e encostou a cabeça na janela. Enquanto o veículo se afastava, viu sua casa e sua rua ficando para trás, dissolvendo-se no horizonte. O portão da cidade, imponente e acolhedor, ainda a saudava, tanto quem chegava quanto quem partia. Ela fixou o olhar nele por um instante. Um piscar de olhos depois, já era apenas um ponto distante.

 

  Agora, tudo o que importava era a viagem. A paisagem deslizava rápida diante dela. As árvores passavam em um ritmo quase hipnótico, seus galhos dançando ao vento. Pequenos lagos refletiam o céu já quase escuro e as nuvens em suas superfícies trêmulas. Bois pastavam serenamente nas margens da estrada, enquanto bandos de aves riscavam o ar, em um bailado silencioso. Para Elessania, esses momentos não eram apenas uma transição entre dois lugares; eram um espaço de introspecção, uma pausa onde podia ser, simplesmente, ela mesma.

 

  Sem pensar muito, pegou o celular. Sentiu um impulso inexplicável de registrar aquele instante. Uma foto, depois outra. Mais uma. Cada imagem guardava um fragmento da jornada, uma beleza singela que poucos talvez percebessem. O mundo, visto através da lente, revelava-se ainda mais encantador. E, ainda assim, não havia fotografia que superasse o brilho do seu sorriso ao apreciar a grandiosidade da vida ao seu redor.

 

  O tempo passou sem pressa. O trajeto era longo, mas para Elessania, cada minuto era um presente. Pensava em tudo, ou talvez em nada. Apenas existia, naquele espaço suspenso entre a partida e o destino. Sabia que voltaria ao seu lar ao final da noite, mas até lá, viveria intensamente cada instante de sua viagem, como fazia todas as vezes que saía para o trabalho.

 

 Porque, no fim, a maior beleza não estava no destino, nem no ponto de partida. Estava na jornada.

 

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Você sempre terá o meu respeito...

 

 

A Sales
Enviado por A Sales em 08/06/2025
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