E se eu te dissesse agora,
olhando bem nos teus olhos,
que ainda acordo pensando em ti,
entre lembranças e dificuldades?
Se eu te revelasse baixinho
que tua ausência ainda arde,
será que te moverias um pouco
ou seguirias tão covarde?
A dor que carrego é discreta,
mas insiste em viver no meu peito.
Tu foste embora depressa,
e eu fiquei consertando o defeito.
E se eu dissesse: "não passou",
será que te importaria saber?
Ou tua indiferença é tão densa
que nem se importa em doer?
Te escrevo sem esperar resposta,
mas torcendo por compaixão.
Porque, sim... ainda dói.
Mesmo depois da tua negação.