Tu dizias que me amava,
e eu acreditava sem medo.
Mas teu beijo tinha pressa
e teu abraço, um segredo.
Será que em algum momento
te pesava o que escondias?
Ou mentias tão naturalmente
que até tu mesmo te esquecias?
Dizias que éramos só nós,
mas teu celular desmentia.
Teus horários, tuas ausências...
tudo em ti já me traía.
E mesmo assim eu ficava,
esperando tua verdade brotar.
Mas só colhia silêncio
onde eu queria te escutar.
Hoje penso: doeu em ti mentir,
ou foi fácil ser meu engano?
Porque em mim, tua farsa
ainda sangra, ano após ano.