O amor é chama que acende e consome,
É doce alívio e também é dor,
É vento leve, mas carrega um nome
Que prende a alma, mesmo em clamor,
E nela dança, seja riso ou temor.
É flor que nasce em campo incerto,
Brota serena ou em vendaval,
Traz cor à vida, mesmo no deserto,
É graça e cruz, do bem ao mal,
Nos guia ao céu ou ao abismo final.
Tem mil rostos, mil gestos distintos,
Em silêncio grita, em grito se cala,
Nos faz heróis, também nos instintos,
Nos eleva ao topo, depois nos rala,
E, mesmo ferindo, jamais se iguala.
Buscar seu sentido é viagem sem fim,
É pergunta que o tempo se esquece,
Talvez amar seja assim, enfim:
Cumprir a entrega que não adormece,
Mesmo sem saber se o outro merece.
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Eu desistir de entender o amor, apenas vivo e deixo o viver.