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Saudade das Manhãs no Campo

 

Saudade bate no coração,
Da vida simples no sertão,
No curral, cheia de emoção,
Os bois andavam pelo chão,
Era poesia em profusão.

 

O sol nascia devagarinho,
Coloria o campo inteirinho,
Orvalho brilhava no caminho,
Os pombos vinham ao milho,
Criança ria no cantinho.

 

Os pés descalços na terra,
Sentiam o cheiro que encerra,
O campo vasto, sem guerra,
A brisa vinha da serra,
Trazendo paz que se aferra.

 

O bode Chico me espiava,
Com seu olhar me desafiava,
Corria atrás e me empurrava,
Eu ria, mas sempre fugia,
Chico no fundo só brincava.

 

Os bois ruminavam na calma,
Era manhã leve na alma,
Sem relógio, o tempo se espalma,
A vida era sonho que acalma,
Risos cantavam com palma.

 

Os pombos voavam em bando,
O milho eu ia jogando,
Eles pousavam dançando,
Minha infância ia passando,
Momentos simples, encantando.

 

A luz dourava a paisagem,
No curral, era só coragem,
Vida vivida na passagem,
De um menino em aprendizagem,
Carregando do campo a mensagem.

 

Brincava com o Chico esperto,
Corria, no medo encoberto,
Mas sempre voltava ao certo,
Pois o campo é tão aberto,
E o coração fica liberto.

 

Lembro da terra batida,
Da sensação boa e querida,
A infância lá foi vivida,
Em cada manhã oferecida,
Onde a vida parecia florida.

 

O canto dos pássaros ecoava,
No silêncio, a paz reinava,
No céu, o azul se mostrava,
E o curral ali ficava,
Como um quadro que inspirava.

 

No campo, o trabalho era jogo,
O suor misturava-se ao fogo,
Do sol que iluminava o povo,
E fazia brotar o afago,
De um lar simples, sem desafogo.

 

Saudade eu sinto de lá,
Da vida vivida devagar,
Do cheiro do pasto no ar,
Da beleza que fez ficar,
No coração, sempre a brilhar.

 

Hoje, o campo vive em mim,
No peito, um mundo sem fim,
Carrego no olhar o jardim,
Das manhãs claras de capim,
Que guardo sempre, até o fim.

 

A infância foi minha riqueza,
No curral havia pureza,
Tudo era feito de beleza,
Do milho ao voo na leveza,
A vida era só natureza.

 

Ah, manhãs que o campo guarda,
No coração, sempre tão largas,
Saudade que não se apaga,
De um tempo que sempre alarga,
A memória doce que embarga.

 

Saudade do Chico, do chão,
Dos bois e da brisa então,
Do milho e dos pombos na mão,
Do riso que vem do sertão,
Das manhãs gravadas no coração.

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Este cordel é uma homenagem ao meu avó, que pouco tempo tivemos juntos, mais foi o suficiente para aprender a gostar do campo e a valorizar minha infância.

 

A Sales
Enviado por A Sales em 15/05/2025
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