Em que dia deixamos de ser um?
Qual o minuto que tudo mudou?
Houve um adeus não falado,
ou apenas o tempo nos apagou?
Foi no olhar que não se cruzou?
Na mensagem que nunca chegou?
Ou foi o afeto que secou aos poucos,
como um jardim que não se regou?
Eu te chamava de “meu amor”
mesmo quando tua voz sumia.
Mas já não havia resposta,
só ausência em cada dia.
Ficamos juntos por costume?
Ou foi só medo da solidão?
Talvez o fim já morasse
em nosso abraço sem emoção.
Se eu soubesse o exato momento
em que o “nós” virou “você e eu”,
talvez não doesse tanto hoje
saber que tudo se perdeu.