Eu te esperava em cada manhã,
teu nome era prece no meu coração.
Mas será que vivias o mesmo,
ou fui só eu na contramão?
Te escrevi sem que soubesses,
cantei teu nome sem som.
Enquanto eu transbordava amor,
tu seguias como quem não tem dom.
Fui sombra do que te iluminava?
Ou nem sombra eu cheguei a ser?
O teu silêncio gritava "adeus",
mas eu só sabia te querer.
Será que percebeste minha entrega?
Teus olhos viram meu sofrer?
Ou teu peito já era de pedra
e nunca quis me entender?
Hoje olho as lembranças vazias
e tento aceitar meu próprio fim.
Mas a pergunta ainda me rasga:
foi só meu, esse amor sem fim?