No instante em que soltei Tua mão,
o vento soprou em outra direção.
As luzes do mundo pareciam brilhar,
mas logo percebi a ilusão,
e o frio tomou meu coração.
Caminhei sem olhar para trás,
convencido de que era liberdade.
Mas a estrada era feita de espinhos,
e a voz que antes guiava meus passos
foi ficando distante, em saudade.
Os dias se tornaram vazios,
mesmo cercado, eu estava só.
O riso era breve, o prazer passageiro,
e a alma gritava em silêncio,
envolta num fardo de pó.
Busquei refúgio em promessas vãs,
mas nada preencheu minha dor.
O que antes chamava de vida
não passava de sombras fugazes,
ecoando um amor que neguei sem pudor.
Agora, meus pés já não sabem o caminho,
e meus olhos se voltam ao céu.
Se eu clamar, será que me ouves?
Se eu voltar, me aceitarás?
Ouvi dizer que Tua graça é um laço fiel.