Ao meu lado, ele caminha atento,
um pequeno guardião de pelos curtos,
coração forte e olhos que perguntam,
como se cada passo fosse promessa
de nunca me deixar só.
Sua mãe foi gigante na partida,
defendendo o pequeno bezerro que respirava.
Agora, Biscoito carrega sua memória,
num latido firme, num gesto sutil,
como quem entende que a vida é serviço.
No curral, ele espera no mesmo canto,
como fazia sua mãe, com a mesma alma.
As vacas respondem ao chamado,
e o leite quente, puro e vivo,
é o fruto de nossa parceria silenciosa.
Mais que um cachorro, ele é um eco,
um pedaço do campo, do passado, de nós.
Quando o sol desponta e o dia chama,
ele traz meu chapéu com orgulho,
e seguimos, como sempre, juntos.
Nos olhos dele, vejo o campo inteiro:
as perdas, as lutas, o renascer diário.
Biscoito não é apenas um amigo,
é um pedaço da terra que respira,
e eu sou mais forte com ele.