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Tuas palavras, quentes ao tocar,
Tinham gosto de eternidade breve.
Será que gostavas só de brincar
Com quem ama, mas não se atreve?
O que sentias quando eu dizia “te amo”?
Era resposta ou um ensaio bem feito?
Hoje vejo que fui só o pano
De fundo num palco já desfeito.
Teus gestos, doces, mas tão calculados,
Feitos na medida de um jogo sutil.
Fui acaso em teus dias apressados,
Enquanto em mim tudo era febril.
Fui livro aberto, de alma entregue,
Lido com olhos de quem nada vê.
Na tua história, meu nome não segue,
Só fui um sopro, perdido, sem porquê.
Agora me pergunto, em silêncio lento:
Foi amor ou só passatempo fugaz?
Pois o que foi sonho virou tormento
Num coração que só queria paz.