Eu sou menino do campo,
De doze anos somente.
Minha casa é pequenina,
Mas meu coração é contente.
Logo cedo o galo canta,
Acordo com seu cocoricó.
Pelos vidros vejo a chuva,
E o céu pintado no tom maior.
Minha mãe faz o café,
O cheiro invade o salão.
A lenha estala no fogo,
Trazendo calor pro coração.
Lá fora o campo respira,
Com a chuva que molha a flor.
As galinhas correm soltas,
E os patinhos, cheios de cor.
Meu amigo é um gatinho,
De pelo cinza e macio.
Ele mia e me acompanha,
Pela varanda com um desafio.
No curral, o boi murmura,
E os bodes correm sem parar.
Os cavalos relincham felizes,
No pasto verde a galopar.
O lago guarda o cisne,
Tão branco, belo e sereno.
Ele desliza calmamente,
No seu bailar tão pequeno.
A mangueira é meu refúgio,
Subo nela para sonhar.
Ouço a cigarra cantando,
E o sabiá a acompanhar.
Na cozinha, pão quentinho,
Mel e leite para se provar.
Tudo aqui tem um encanto,
Que na cidade não vou achar.
À tardinha ajudo os pais,
Recolho os ovos do terreiro.
Dou comida aos cabritinhos,
E cuido do pomar inteiro.
À noite, a lua aparece,
E as estrelas vêm brilhar.
Ouço histórias do meu avô,
Que me fazem sonhar e amar.
Viver no campo é tão lindo,
É poesia, canto e cor.
Sou menino da natureza,
E dela guardo o esplendor.
________/___________________
Uma poesia em cordel a todos do campo ou a quem já morou no campo.