Estilo de Soneto em Tetrâmetro
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No tear do infinito as Moiras tecendo,
Com dedos de sombra, sem dó nem rancor,
Fios tênues de prata, no tempo estendendo,
Bordando a existência em trama e rigor.
Láquesis decide o que há de ser feito,
Cloto, em seu fuso, enovela a canção,
E Átropos, fria, sem dó nem defeito,
Aguarda o momento de dar o cisão.
Heróis e mendigos, sem glória ou riqueza,
São meros retalhos no grande tear,
Pois tudo se prende na fina certeza:
Ninguém dos seus fios irá se soltar.
O tempo se curva, pois tudo obedece
Ao traço invisível que o mundo tece.