Rasga o céu em silêncio veloz,
Um risco de fogo no breu profundo.
Corta o tempo, deixa atrás de nós
O sussurro antigo de um outro mundo.
É mensageiro de eras esquecidas,
Queima na dança do eterno vagar.
Leva nos rastros memórias perdidas,
Poeira estelar a se espalhar.
Seus olhos brilham, mas não revelam,
Guardam segredos que nunca dirá.
Histórias vividas que não se encelam,
Somem na noite, sem deixar lá.
Quem segue sua trilha, busca um sentido,
Na luz que apaga, mas nunca se perde.
É chama fugaz, mistério vivido,
Um voo errante que o infinito serve.
E assim, o cometa escreve no céu
Um verso ardente, sem tinta ou papel.