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Cançoes & Poesias
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Textos

Fim de Tarde Bucólico

 

No inverno, o sol desce lento,

Tingindo o céu com sua cor,

Atrás da serra é o momento,

De se despedir em tormento,

Deixando no campo calor.

 

Da minha rede vejo o fim,

Da tarde que se despede,

O céu dourado é um jardim,

E o silêncio canta assim,

Com a calma que me concede.

 

O último boi segue a estrada,

Entrando na velha porteira,

A noite chega enluarada,

Com sua face tão calada,

E a brisa que é companheira.

 

No lage o rio está sereno,

Refletindo o céu tão profundo,

Os primeiros astros pequenos,

De um brilho simples e terreno,

Despertam no espaço fecundo.

 

As montanhas guardam segredos,

Que o sol confessa ao partir,

O campo acolhe seus medos,

E os sons se tornam tão quedos,

Na paz que se pode ouvir.

 

O vento sopra, frio e brando,

Cortando a tarde em despedida,

O gado descansa esperando,

Enquanto a noite vai chegando,

Com sua luz, tão contida.

 

Do alto a estrela brilha clara,

Primeira a romper a escuridão,

A noite a veste como tiara,

E o campo, em calma tão rara,

Recebe dela a sua afeição.

 

No campo, o tempo é poesia,

Cada momento guarda emoção,

Seja manhã ou melancolia,

Tudo é canto, tudo é magia,

Brotando do chão como canção.

 

Assim termina o entardecer,

Com sua dança tão serena,

O céu promete renascer,

E com as estrelas a tecer,

Uma história simples e plena.

 

Da rede sigo contemplando,

A vida que corre tranquila,

O dia ao fim vai me levando,

Com sua beleza embalando,

Meu coração que assim se aquila.

 

A Sales
Enviado por A Sales em 22/01/2025
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