O ano passou como um sopro, e o Natal chegou novamente à pequena vila. Maria, agora um pouco maior, continuava com a mesma empolgação de sempre. Ela e o pai haviam passado meses trabalhando juntos no presente que prometera deixar para o Papai Noel: um coração de madeira polido e delicadamente entalhado, com o nome dela gravado em letras pequenas no verso.
— Está pronto, papai? — perguntou Maria, segurando o coração com cuidado.
— Está perfeito, minha pequena. Acho que o Papai Noel vai se emocionar quando o vir.
Era véspera de Natal, e a pequena casa brilhava com uma decoração simples, mas feita com amor. A árvore improvisada estava enfeitada com pedaços de papel colorido que Maria cortara, e a meia já pendurada na janela aguardava ansiosa. Maria colocou o coração ao lado dela, ajeitando-o cuidadosamente.
— Agora é só esperar, não é, papai? — disse ela, sorrindo.
— É só esperar, Maria.
Mais tarde, o pai a colocou na cama, enquanto o coração de madeira ainda brilhava sob a luz suave da vela. Maria adormeceu rapidamente, embalada pela expectativa da magia da noite.
No silêncio da madrugada, algo diferente aconteceu. Um leve ruído do lado de fora despertou o pai de Maria, que estava cochilando na poltrona. Ele levantou-se devagar, indo até a janela.
Para sua surpresa, o coração de madeira não estava mais lá. No lugar, havia um pequeno embrulho vermelho com um laço dourado. Ele olhou ao redor, mas não viu ninguém. Apenas o vento frio da noite soprou suavemente, como se guardasse um segredo.
Com as mãos trêmulas, ele pegou o embrulho e colocou-o sobre a mesa, esperando o amanhecer para que Maria pudesse descobrir o presente.
Na manhã seguinte, o sol invadiu o quarto de Maria, e ela acordou com a animação habitual. Correu até a janela e parou, surpresa, ao ver que o coração de madeira havia desaparecido.
— Papai! O coração não está mais lá! — exclamou, olhando ao redor.
Ele sorriu e apontou para o pequeno embrulho sobre a mesa.
— Acho que o Papai Noel deixou algo para você em troca, Maria.
Ela correu até o embrulho e o abriu com cuidado. Dentro, havia um pequeno medalhão dourado com o desenho de um coração gravado e uma mensagem delicada: *"Obrigada pelo presente, Maria. Ele agora está no meu trenó, lembrando-me que o Natal é sobre dar, e não apenas receber. Papai Noel."*
Maria olhou para o medalhão com os olhos brilhando de emoção.
— Ele gostou, papai! Ele gostou do meu coração!
O pai a abraçou, sentindo o mesmo calor que preenchera seu coração na manhã de Natal do ano anterior.
— Ele não só gostou, Maria. Tenho certeza de que ele nunca vai esquecer.
Naquele dia, a casa estava repleta de alegria. O medalhão foi colocado ao lado da cama de Maria, como um símbolo eterno da magia do Natal e do poder do coração generoso de uma criança.
E, ao cair da noite, enquanto Maria se preparava para dormir, ela olhou para o céu estrelado e sorriu.
— Boa noite, Papai Noel. Até o próximo Natal.
E assim, a história de Maria e o coração de madeira ficou gravada não apenas na memória daquela pequena casa, mas no espírito do Natal que vivia no coração de todos que ouviam sobre ela.
**Fim.**