Ao nascer do dia, o curral desperta,
Com o leite quente e o aroma da paz,
A terra respira, a manhã é aberta,
E o céu se banha nas águas que traz.
O córrego, com sua canção infinita,
Corta a paisagem em curvas de amor,
Cada gota é uma prece bendita,
Que renova a vida com seu frescor.
A mangueira, com seus frutos a balançar,
É como um altar ao meio do campo,
A sombra dela parece abraçar,
A alma que busca seu acalanto.
O barracão guarda em suas paredes,
O trabalho, o suor e a oração,
E na mesa, os sabores e redes,
Embalam corações em comunhão.
Quando a noite chega, a lua ilumina,
Cada estrela é uma vela no céu,
João Lisboa, em tua essência divina,
És canto sagrado no meu papel.
Teu solo é mais que chão, é raiz,
Onde a simplicidade é quem me diz.