A mangueira guarda sua sombra calma,
Seus frutos macios pendem no ar,
É nela que a tarde encontra a alma,
E o sol se despede ao devagar.
Os pés descalços pisam a terra molhada,
Enquanto o céu veste cores de outono,
Sob a árvore, a vida é sagrada,
Um pedaço de paraíso, sem abandono.
O barracão sussurra suas histórias,
De barro, madeira e palha do chão,
Ergue-se firme, guardando memórias,
De um tempo que dança em oração.
O córrego corre sem se preocupar,
Refletindo o céu, o mato, a vida,
Cada curva guarda um novo olhar,
Na simplicidade que nunca é perdida.
As mãos que colhem mangas maduras,
Trazem consigo o sabor do momento,
E o entardecer, em suas doçuras,
Marca o dia com puro contentamento.
João Lisboa, terra de encanto,
És poesia no meu recanto.