Na varanda, o tempo se desfaz,
Samambaias choram gotas de saudade,
O cheiro da terra que a chuva traz,
Abraça o coração com suavidade.
Crianças correm sob o céu cinzento,
Frutas caem no laranjal distante,
A vida simples segue seu lento tempo,
Como versos de uma música constante.
O curral murmura histórias passadas,
Onde vacas e cavalos encontram abrigo,
A tarde, aos poucos, desce encantada,
Pintando de ouro o cenário antigo.
O córrego serpenteia em seu bailar,
Cantando segredos às pedras vizinhas,
E o céu, tingido de rosa, vem repousar,
Sobre a paisagem de sombras fininhas.
No barracão, o aroma da coalhada,
E bolinhos de chuva feitos com amor,
Chamam as almas para a noite calada,
Onde a poesia é lida com fervor.
Oh, João Lisboa, refúgio imortal,
Tuas lembranças são meu lar final.
________________________________________
Leia também estas poesias
Um Recanto no Maranhão (mensagem que deu origem a outras poesias)
Acrósticos: Sonhos