No tilintar do ouro, há um grito contido,
Um sussurro de dor que o mundo não vê,
O dinheiro sufoca, seu peso é temido,
Envolve a alma e a prende em seu porquê.
O papel, tão leve, carrega uma cruz,
O grito abafado que vem com poder,
Quem ouve o chamado se perde na luz,
E aos poucos se afoga, sem perceber.
Em cada moeda há uma vida que pesa,
Um sonho que morre para outro nascer,
O dinheiro, em silêncio, a todos despreza,
E faz da ganância o maior prazer.
O grito do ouro cala fundo na mente,
E quem o persegue não ouve mais som,
Pois, ao buscar tanto, deixa-se ausente,
Sufoca a si mesmo no toque do dom.
Assim, o dinheiro grita, sem pausa ou fim,
E quem o escuta, sem respirar,
Encontra o vazio profundo e ruim,
Sufocando a vida no ato de amar.
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