Sobre o ouro, pesam sombras frias,
Sombras que não se dissipam no sol,
Trazem consigo a dor dos dias,
Que, como ouro, se desmancham ao pó.
Pesado é o brilho que oculta a dor,
A riqueza que cega sem dar sentido,
O ouro que atrai mais ódio e rancor,
E a sombra que torna o homem perdido.
Por trás do tesouro há medo e guerra,
O brilho atrai a fome que avança,
E a sombra cobre cada nova terra,
Enquanto do ouro se faz a ganância.
O peso do ouro sobre a alma humana,
Corrompe o peito, suprime a fé,
E o homem, na sombra que tanto ama,
Esquece de tudo o que bom ainda é.
No ouro há sombras que pesam demais,
Cegam o espírito, roubam a paz,
E quando só restam as sombras finais,
Descobre-se que o ouro nada traz.