Há um preço que o sonho cobra sem ver,
Na ilusão que enfeita o caminho,
A promessa que brilha, fácil de crer,
Esconde o abismo logo ali, sozinho.
Caminhar nas nuvens, sentir o vento,
Crer que o amanhã será de ouro e flor,
Mas o preço da ilusão, lento,
Leva embora toda a cor.
Cada passo dado sem fundamento,
Na esperança vazia de fácil prazer,
Cobre o coração de desalento,
E a alma de sombra a esconder.
O preço da ilusão é alto e frio,
Cobrado em silêncio e na solidão,
Deixa no peito um eco vazio,
Como se a vida fosse uma prisão.
Assim pagamos, sem saber ao certo,
Pelo sonho que nunca chegou,
E quando acordamos, o coração deserto,
Chora o preço do que não se salvou.