Fortuna e Enganos
Nos brilhos falsos que o ouro traz, Se desenham trilhas de sombras e dor, A fortuna é tinta que ilude e desfaz, De promessas vazias, um brilho sem cor.
O que vale o ouro se a alma se esvai? Se o coração perde o rumo e o norte, Nos enganos que a cobiça atrai, A fortuna só apressa a própria morte.
Mentiras que pintam sonhos vazios, Desenhos de vida que logo se vão, O desejo é tinta de frios estios, Que apaga a verdade em cada ilusão.
No fim, o ouro é pó e o vento é rei, Na palma da mão, o nada persiste, A fortuna some no que não se vê, E o que resta é o erro que existe.
Assim, nos enganos, o homem se perde, Em buscas vãs, sua alma decai, Na tinta dourada que o desejo cede, Esquece que o ouro não o satisfaz. A Sales
Enviado por A Sales em 26/11/2024
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