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A Noite em Que o Gigante Caiu

Quando terminei de assistir pela oitava

 

 

Na noite fria de abril, cortava o mar,

O colosso de aço, promessa de glória,

Rugiam as máquinas, tudo ia a soar,

Até que o gelo riscou sua história,

E o gigante tremeu ao se esfacelar.

 

O casco partiu-se em estalos secos,

Corpos deslizaram, o caos no convés,

No escuro profundo, vozes em ecos,

Procuravam abrigo, seguravam a fé,

Mas o oceano gelado cobrava seus preço.

 

Os botes, poucos, lotados demais,

Quem ficava, aguardava a sentença,

Pela ordem, os ricos partiam em paz,

Enquanto a água subia sem clemência,

E o desespero tomava os mortais.

 

O som da orquestra se fundiu ao vento,

Violinos choravam em notas finais,

Afundava o navio, sem mais lamento,

No abismo do mar, onde não há sinais,

O fundo aguardava em um lento tormento.

 

Quando o gigante sumiu no negrume,

Sobraram fantasmas na noite sem fim,

O Atlântico calmo cobriu o costume,

De promessas quebradas, em dor e fim,

E as estrelas brilharam, indiferentes, enfim.

 

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A Sales
Enviado por A Sales em 09/09/2024
Alterado em 09/09/2024
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