Quando você passa muito tempo no hospital entre a esperança de ver o ente querido melhorar e o som de maquinas te avisando que a qualquer momento essa esperança pode ter fim. É angustiante. Nesse meio tempo você fica mais próximo dos médicos que parecem ser seres superiores. Mas não. São pessoas dotadas de capacidade de salvar vidas e com os mesmos problemas que nos temos, família, financeiro e no amor.
Este foi a inspiração da poesia escrita abaixo, Toda baseada em pequenos relatos de uma médica que cuida do trauma no hospital Ele diz amar uma pessoa e ao mesmo tempo ela o odeia também. No quarto dia entreguei o rascunho para ela com quatro estrofes. No dia seguinte ela me entregou a mesma folha do rascunho com a quinta estrofe que, segundo ela, é como ela sente está vivendo esta **Dualidade do Sentir**
Obrigado por cuidar do meu pai. Dra. Suely
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Poesia
Dualidade do Sentir
Amar e odiar, quem pode explicar,
É sentir o fogo que não quer queimar,
É o vento correndo, sem rumo, sem fim,
Um vazio que ecoa dentro de mim.
O amor me aquece, mas o ódio é frio,
Um sentimento profundo que rói como um fio,
Caminho no mar, me afogo sem dor,
Sinto as ondas de ambos, amor e rancor.
É como ver o sol e a noite chegar,
Um brilho que acalma, mas começa a gelar,
O amor me preenche, mas o ódio destrói,
Um mesmo coração que vive e corrói.
Nos braços do amor, encontro a razão,
Mas o ódio me chama, com forte atração,
Dois lados de mim, que lutam sem paz,
Um quer se render, o outro é audaz.
Dra. Suely
E assim eu vivo, nesse contrassenso,
Entre a luz do amor e o ódio imenso,
Sou chama e sou gelo, em guerra constante,
Amando e odiando, em um só instante.
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"Em meio à fragilidade da enfermidade,
encontramos a força da fé que nos sustenta, e a esperança que,
como uma luz silenciosa, nos guia na certeza de que dias melhores virão."