Do Rascunho ao Texto Pronto
Quando comecei a escrever poesia, minha abordagem era pura e simples: eu deixava as palavras fluírem, capturando o que vinha à mente no calor da inspiração. Os textos resultantes tinham uma beleza própria, algo que parecia poesia, mas que eu sentia faltar em algo. Com o tempo, ao ler obras de renomados poetas, percebi uma diferença fundamental em seus escritos.
Embora muitos tratassem dos mesmos temas que eu, como o amor, havia um ritmo em suas palavras, uma musicalidade que eu não conseguia replicar nos meus versos. Intrigado, comecei a investigar os diferentes estilos poéticos e as regras que os governavam. Foi assim que descobri o que faltava em minhas poesias: rimas, métrica e a divisão silábica apropriada a cada estilo.
Decidi então estudar cada estilo poético com afinco, mergulhando nas particularidades que os definem. Aos poucos, comecei a entender a importância de elementos como o título, a escolha do estilo e a categoria em que se encaixava o meu texto poético. Hoje, quando me proponho a escrever uma poesia sobre um tema específico, como a beleza das flores, meu processo é bem mais estruturado.
Por exemplo, se escolho escrever sobre as rosas, começo pesquisando suas características: cores, origens, e sua importância histórica e cultural. Com esse conhecimento em mãos, escolho um título que reflita a essência do que quero expressar, como "A Beleza das Rosas Brancas". A partir daí, começo a tecer o enredo poético, utilizando o que aprendi sobre a flor e aplicando as regras do estilo poético que escolhi.
A escrita, então, se transforma em um processo de rascunho e reescrita. Para um soneto, por exemplo, raramente acerto de primeira; são necessárias muitas tentativas até que o poema atinja a harmonia desejada. Esse é o caminho que percorro para escrever minhas poesias na maioria dos estilos que exigem o uso rigoroso das regras, para que o resultado final seja como uma sinfonia em dó maior.
Apesar da complexidade, não me deixo intimidar. Escrevo com o coração, mas com o tempo, passei a entender a poesia como os poetas a entendem, e a aplicar as técnicas que aprendi. E assim, o que começou como um simples ato de inspiração, evoluiu para um processo cuidadoso de criação artística.
Ao final de cada processo, a satisfação de ter criado algo significativo é comparável à precisão de um cirurgião usando seu bisturi. A poesia, assim como a arte da cirurgia, exige tanto inspiração quanto técnica. E, com essa combinação, continuo a explorar o vasto universo da poesia, sempre buscando aprimorar minha arte.
Leia o Soneto A Beleza das Rosas
Leia a poesia Do Rascunho a Arte