Escrito ao longo de cinco dias no hospital.
Entre Luz e Sombra
O sol da manhã, tão cheio de vida,
Contrasta com o frio que aqui sinto,
Onde a esperança e a angústia dividida,
Tornam o dia uma sombra sem recinto,
E a fé é o que me mantém na lida.
Ele, cercado por fios e metal,
Vive agora na margem da existência,
Onde o natural se tornou tão surreal,
E eu, com medo e uma estranha paciência,
Aguardo o retorno do ser integral.
As máquinas, com seus sons metálicos,
Cantam uma canção de sobrevivência,
E eu, nos meus pensamentos apáticos,
Faço uma oração de penitência,
Que ele volte sem esses fardos trágicos.
O tempo passa, mas não alivia,
Cada boletim é um golpe de incerteza,
Entre luz e sombra, a alma esfria,
Mas a esperança ainda é minha fortaleza,
Onde deposito toda a minha energia.
E assim, sigo nesta espera tortuosa,
Entre o brilho do sol e a frieza do hospital,
Que ele possa sair dessa luta dolorosa,
E voltar ao mundo onde a vida é normal,
Onde a sombra não mais será tão feroz.
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Leia o texto que deu origem a esta carta. Esperança entre Máquinas e Memórias