Goiabeira
Nos caminhos de terra, que o tempo desfez,
Havia uma goiabeira, meu refúgio, meu abrigo,
Com galhos no chão, em um abraço cortês,
Eu era criança, o tempo era amigo.
A rodovia distante, mundo tão apartado,
Na frente da casa, o caminho pro rio,
Ali eu brincava, despreocupado,
Goiaba nas mãos, fruto doce e macio.
Horas passavam, sem pressa, sem dor,
O sol, testemunha, de risos e sonhos,
Na sombra da árvore, achava o valor,
De uma infância feliz, sem medos medonhos.
A goiabeira inclinada, baixinha e fiel,
Me envolvia em seus galhos, com carinho e calor,
Ali eu sonhava, meu mundo, meu céu,
No simples da vida, no puro amor.
O tempo voou, a criança cresceu,
Mas a lembrança ficou, viva, latente,
Goiabeira amiga, meu peito acendeu,
Com memórias de um passado, tão presente.
Agora distante, revejo com saudade,
Os dias de infância, de inocência sem par,
A goiabeira querida, na minha realidade,
Será sempre um símbolo, de um tempo a guardar.