Nas terras do sertão, onde o sol arde forte,
Vivia um cabra destemido, valente e esperto,
Que um dia, na encruzilhada, fez um trato com a morte,
Vendeu a alma ao diabo e pediu troco incerto.
O diabo sorriu com olhos de fogo ardente,
Fez o acordo, promessas de riqueza e poder,
Mas o cabra no fundo não era um inocente,
Sabia que o ouro não podia seu espírito encher.
Pois a alma tem valor que nenhuma prata alcança,
E mesmo com riquezas, o cabra se sentia vazio,
Então pediu troco ao diabo com firme esperança,
De recuperar o que era seu, com força e desafio.
O diabo rugiu, tentou enganar com artimanhas,
Mas o cabra sabia o preço da própria alma,
Com coragem e fé, enfrentou as trevas tamanhas,
E recuperou sua alma, venceu a batalha calma.
Assim, no sertão, a história se conta e se ecoa,
Do cabra que enfrentou o diabo e pediu troco,
Mostrando que na vida, mais que ouro e coroa,
Vale a alma pura, coração forte, no seu roco.
Esta é a história do cabra que sabia o valor,
Que na encruzilhada da vida, fez seu próprio trato,
E provou ao diabo que alma não se vende por pavor,
Mas se resgata com bravura, no mais firme ato.
Assim termina o cordel do cabra valente e sagaz,
Que ensina que na vida, alma é luz, é calor,
E que mesmo diante do diabo, com toda sua paz,
Se mantém firme o cabra, seu próprio senhor.