Nas Asas da Esperança (RIO GRANDE DO SUL)
Em meio ao caos, a terra chora,
A dor ecoa, incessante,
O vento traz lamentos de outrora,
Histórias silenciadas em um instante.
Corpos despedaçados, sonhos desfeitos,
A perca pesa no ar denso,
Lágrimas tecem lençóis estreitos,
Abraçando o vazio imenso.
Os olhos buscam, mas não encontram,
Rostos queridos que se foram,
Memórias que o tempo espantam,
Nomes que a alma devoram.
Mas em meio à escuridão devastadora,
Uma chama tênue persiste,
A esperança, quase sedutora,
Num coração que ainda resiste.
A vida, teimosa, renasce,
Das cinzas, florescem canções,
E a certeza de que um novo enlace
Unirá outras gerações.
As vidas perdidas não são esquecidas,
São sementes de um futuro ansiado,
E a dor, transformada em ferida,
Cicatriza num mundo renovado.
E assim, sob o sol nascente,
Promessas de recomeço se esboçam,
A calamidade, embora presente,
Ensina que as raízes não se desfaçam.
Pois na eternidade dos momentos idos,
A esperança é o farol que guia,
E na memória dos entes queridos,
Encontramos a força que irradia.