TEMPESTADE
Imagens para a arte: Da Internet
Arte feita: A. Sales
Durou pouco menos que cinco segundos mais parece que foi uma eternidade, ficou num silêncio cortante que nada mais se ouvia, somente a chuva e o som do vento e os relâmpagos que cortava o céu com feixes incandescente. Eu olhava para os lados, mais estava difícil ver algo, os poucos postes de iluminação da rua, já alguns sem luz, não havia ninguém, não escuta ninguém também.
Em meio a tudo isso lembrei da senhora que soltou a mão do jovem para que o carro não o acertasse, um ato louvável, mais que não deu tempo, assim que ela soltou a mão do jovem, pude ver, o vento estava tão forte que a levou como se fosse uma folha de papel ao vento de um ventilador, o que ela percebeu foi que ao soltar a mão do jovem para protege-lo, o vento a levou diretamente para o carro que já vinha ao encontro deles. Neste instante, ouve um clarão cegante de um relâmpago e um estrondo ensurdecedor um trovão e por um momento em que fechei os olhos não vi o que aconteceu.
Passado o fenômeno da natureza levantei para ver o que havia acontecido, se aquela senhora e o jovem estavam bem, essa era a minha esperança. O problema é que eu não podia me levantar, a ideia mais aceita era que o raio deve ter caído na árvore onde eu estava e ter quebrado o galho pesado o suficiente para me manter preso sem pode mexer as pernas.
Tudo o que eu pensava era no treinamento que tive quando estive nas forças especiais do exército. Droga!!! Falei em voz alta como se estivesse alguém me ouvindo, nem mesmo o treinamento de anos me tirou pavor e o medo quando vi a água cobrindo os meus pés, isso por que ela descia com muita velocidade e em grande volume pelo lado rua na qual eu estava preso pelo galho da árvore.
Ficava ainda mais angustiante em meio àquela tempestade, era não poder ver ninguém a quem pudesse pedir ajuda, em meio a toda dor e desespero ainda lembrava da senhora e dor jovem, queria saber como estavam, isso me deixava ainda mais em pânico.
Tentava sem sucesso mover o galho, mais tudo que conseguia era ver a água aumentando ao pouca de já está de chegar aos joelhos, isso me deixava mais em pânico ainda.
Tentava empurrar o galho mais era grande demais, estava além das minhas forças, consegui lembrar o que minha mãe dizia: há sempre uma luz no fim do túnel. Mas naquele momento essa também estava sem energia.
Algum tempo depois, muitas tentativas sem sucesso, e já quase me entregando a própria sorte, isso por que a água já chega a minha cintura, embaçado pela chuva e o vento escuto o som de sirenes vindo em minha direção, refiz o meu pensamento de outra hora. A luz no fim do túnel, ela não existe mesmo.
Era uma ambulância que vinha e passaria do lado da árvore que eu estava preso, enfim, vão me encontrar e me tirar e poderei saber o que aconteceu com a senhora e com o jovem. Vinte metros de onde estava, acenava com a mão, dez metros perto de onde eu estava, comecei a gritar, do meu lado... Aqui, eu estou aqui. Dez metros depois de onde eu estava, eles não viram por causa da tempestade. Vinde metros já longe de eu estava, eles não vão me resgatar, estou só e sem pude me ajudar.
Naquele momento de angustia e desespero ao ver a água chegando em meu peito, passou muitas coisas na minha mente, lembranças do tempo da escola, da professora Aninha e seu decote glorioso, Shirley, a garota top da escola por quem eu era apaixonado.
O dia que me alistei para o exército e foi para as forças especiais, foi um filme da minha vida e como cena final, era o meu pensamento, a lembrança da minha mão e do que ela me falava: - Meu filho nada é ruim para sempre. Em meio a tempestade sempre vem a bonança. Mas eu não conseguia encontrar espaço para que estás palavras me dessem forças para superar aquele obstáculo.
A dor causada pelo galho que pressionava minha perna contra o asfalto da rua já estava insuportável, não sentia minha perna direita, na verdade não sentia nem mesmo esperança da sair dali vivo. Como se não bastasse todo aquele desespero, a chuva que não parava, os relâmpagos e trovões que não terminavam eu tinha certeza que ali seria o fim da minha existência, isso já sentindo a água no meu pescoço. Novamente escuto o som de sirenes...
Leia o primeiro episódio de Tempestade
Continua em Tempestade 3