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Textos

Tua Poesia

Primeiro dia de Setembro de 2003

 

 

 

Do carinho meu coração

Das flores nossa paixão.

Teu sorriso no verão

Deu letras a minha canção...

Sai o sol, vem à lua,

Vejo teu sorriso flutuar.

Dos botões da sua blusa,

Eu te beijo você me usa.

 

Nossa!

Um poeta educado diria assim: “A verdadeira poesia é aquela que vem da alma”

Mais para você era a melhor das poesias, o mais lindo dos versos, certamente seria a musica a ser pedida nas rádios. O que não faz o amor, era o que você sempre me dizia depois de ouvir esses desconexos versos. Você faz de tudo apenas para me ver sorrir. Eu ficava igual um balão de festa, cheio a ponto de estourar ao ouvir seus elogios.

E continuava os versos.

 

Cada verso desajeitado.

Faço sim, e tudo é improvisado.

Feitos no calor do momento

Para ver teu sorriso amado.

Hoje e em todo o tempo.

 

O som de palmas, e a visão do seu lindo sorriso, era tão gratificante para mim e tinha a mesma emoção que um atleta senti quando recebe o prêmio pela vitória alcançada depois de ter se preparado para tal desafio. E meu desafio a cada novo dia era te ver feliz, esse era o prêmio que vinha acompanhado de seu majestoso sorriso, o mesmo que me dava à inspiração para criar outros versos. E mesmo não conseguindo te fazer sorrir, no final sempre tinha o prêmio de consolação, o seu beijo inesquecível.

 

Ó minha deusa porque a tristeza?

Não pode deixar o teu sorriso parti.

Veja o sol, não tem a sua grandeza.

A lua, tão encantadora quer ti ver sorri.

 

Era como ver o mar desbravando o rochedo, o brilho do teu olhar, tão rápido quanto à luz do sol chega a terra ele chegava e me encantava. Esse seu encanto chegava a mim após os tortos versos que eu escrevia para você. Meu anjo, o que seria de mim sem você.

 

Você falava ao me abraçar.

Rimando eu respondia.

Você seria uma estrela cadente.

A mais linda e bela sereia do mar.

Seria um eterno jardim de flores lindas.

Sem mim, seria o sorriso permanente.

Sem mim, seria o encanto do luar.

Sem mim, seria ainda mais linda.

 

Para. Você dizia. E me abraçava.

 

Eu daria o mundo se preciso fosse para todas as vezes te ouvir falar assim, era tão meigo, parecia uma criança quando ganha um bombom, ou quando agradece pelo presente recebido. Não há palavras para descrever como você ficava ainda mais amável, mais carinhosa, era de uma ternura e de uma simplicidade sem igual.

 

Então você me surpreendeu como sempre fazia, às vezes com o seu sorriso, às vezes com sua beleza que tinha o tom das flores na primavera. Pela manhã eram lindas, e ao meio dia com o calor do sol eram reluzentes e, à tarde eram maravilhosas.

 

Durante o dia não nos vimos, mais no início da noite quando foi até sua casa para vê-la, você disse: Sente-se e escute. Sentei olhando nos seus olhos. Não me olha. Você disse. Ali na frente parecia que iria encenar um ato de uma peça teatral, então você retirou do bolço de seu short um pedaço de papel, você recitava como se fosse Julieta declarando-se ao seu Romeu.

 

Sentado apenas ouvia o que tão lindamente lia. Assim dizia:

Sempre me faz sorri, para eu te olhar,

 

Nunca pude lhe agradecer,

Enquanto eu viver, vou te amar,

Mesmo que o tempo venha um dia nos SEPADECER.

 

Kkkkkkkkk.

 

Levantei sorrindo e fui lhe abraçar.

 

Porque você esta sorrindo? É dos meus versos?

 

Você amassou o pedacinho de papel e jogou no chão. Calma, disse a você depois de ter pegado o papel que estava no chão junto a seus pés. Não estou sorrindo de você, jamais faria isso, é que gostei da última palavra, se-pa-de-cer.

 

Depois que lhe expliquei o quanto fiquei feliz com seu gesto e demonstração de carinho por mim, lágrimas dos meus olhos desciam em resposta as suas que já descia pelo seu rosto também. Tivemos um inicio de noite esplêndido aquele dia.

 

Dois dias depois voltamos a sorrir quando você me explicava àquela palavra, SEPADECER. Confessei a você que não conseguia entender o que significava. Você como sempre fazia, gentilmente me explicou.

 

A meu anjo, eu tinha que rimar as palavras, rimou teu olhar com vou te amar. E para rimar com agradecer, só me veio a mente a palavra sepadecer. Kkkkkk. E sorrindo me fazia carinho no rosto.

 

Aquele sorriso foi totalmente diferente do que eu estava acostumando a ouvir, o tom da sua voz era melancólico, suas palavras tinha a harmonia de uma despedida. Tentando disfarçar a tristeza você me entregou um pedacinho de papel, beijou-me e disse que precisava ir, estava atrasada para a escola.

 

O escrito dizia assim: SEPADECER significa SEPA de SEPARADOS e DESCER de DESAPARECER. É uma palavra composta dessas duas, separar e desaparecer. Beijos, eu te amo.

 

Nunca vamos nos separar, esta era a nossa frase, nossa fonte de inspiração e de felicidade. Nunca vamos nos separar.

 

Quatorze anos se passaram e eu ainda não quero acreditar que seus versos naquele dia foi uma profecia da nossa separação que aconteceu dois dias depois e na semana do seu aniversário.

 

 

 

O que me dói mesmo é não saber se você ler estas cartas.

 

 

 

SEPADECER, kkkkk.

 

Beijos.

 

 

A Sales
Enviado por A Sales em 27/02/2018
Alterado em 12/09/2024
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